Quando os dias só passam
- Gabriella Collodetti
- 19 de out. de 2017
- 2 min de leitura

Alguma coisa mudou, mas não me refiro as horas que passam ou aos bebês que nascem a cada instante nos hospitais espalhados pela cidade. Não, não é isso. Quando formulo essa frase, minha certeza gira em torno das minhas particularidades. Quero, portanto, que vá além do que aparento por fora para ser capaz de absorver como me sinto por dentro.
O ciclo normal da vida é nascer, aprender inúmeras coisas de uma maneira amigável - e outras com uns bons chutes e tapas na cara - para, no fim, morrer. No meio disso claro que há coisas incríveis para acontecer e conhecer, afinal, nada é tão estático e sem graça assim. Na verdade, depende inteiramente de nós a forma que nossas manhãs serão levadas. Caso elas estejam sem cor, é melhor revermos a paleta de cores que selecionamos para pintar o nosso céu. Você certamente deve estar se perguntando quem sou eu para afirmar com tanta audácia a maneira que você escolhe com quais colorações irá viver, mas acredite em mim que não estou criando hipóteses e tampouco te julgando. Não faz muito tempo que levava cada amanhecer como uma espécie de fardo, sabe? Eu sentia o que você sente. Se eu te falar que foi fácil, estaria mentindo drasticamente diante os olhos que acompanham essas linhas. Não foi nada fácil, mas, ei, também não foi impossível. A monotonia pesou os meus passos, entretanto, inventei um jeito de sobressair às cinzas. Não se irrite com as palavras que tento te transmitir. O fato, porém, é que não existe uma fórmula secreta que consiga mudar do dia para a noite o jeito como o mundo reflete no seu olhar, todavia, garanto que há esperanças. Sei que somos pessoas diferentes, tanto na criação quanto na perspectiva do amanhã, mas ninguém é tão diferente assim ao ponto de que um não possa ajudar o outro. Minha mão está estendida por você, ok? Tente não criar uma obsessão em descobrir como será o próximo dia. As coisas acontecem e, infelizmente, nem sempre serão coisas floridas e boas de sentir. Deixe essa dor terminar o seu processo de doer. Ela não está fincada no seu coração, ela não te define! No momento em que você for capaz de enxergar isso, tenho certeza de que esses pedaços sem pé nem cabeça conseguirão formar um todo. E você estará completo. E não haverá dor. E os dias voltarão a ter o gosto de uma aquarela na primavera, cheia de cores e diversidades encantadoras. No fundo, você vai acabar percebendo que a vida é uma montanha-russa deliciosa de aproveitar. Os altos e baixos fazem parte para que sejamos capazes de sentir o emocionante frio na barriga de estar vivo.
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